A Aproximação do Meu Anjo (continuação)
Os Ataques de Satanás
Antes de abordar este parágrafo, desejaria citar o que escreve o Padre Marie Eugène, a respeito dos ataques diabólicos, no seu livro "Je veux voir Dieu - (Je suis fille de l'Eglise" - "Eu quero ver Deus - "Eu sou filha da Igreja )" ( 1):
"A vantagem do encontro divino e humano, entre a pureza de Deus e a impureza da alma, é demasiado importante para que o demónio nele não intervenha, com todo o poder de que dispõe. Pouco tempo depois de a alma ser purificada pela noite do espírito ficará à disposição das suas ciladas e ele será terrível. O demónio servir-se-á das vantagens que ainda tem sobre ela, devido às suas imperfeições e aos seus apegos ao sensível. São João da Cruz, nota, com efeito, que: "o demónio se coloca, com toda a sua perfídia, na passagem entre os sentidos e o espírito" " ( 2).
"A escuridão dessas regiões, o desapontamento da alma, verdadeiramente desconcertada pela novidade das suas experiências e pela intensidade do seu sofrimento, criam condições particularmente favoráveis às intervenções do príncipe das trevas e da mentira" ( 3).
"Por certos indícios exteriores de calma e de profundo silêncio nos sentidos, o demónio consegue facilmente descobrir as comunicações divinas que a alma recebe no espírito" ( 4).
"Deus, afirma São João da Cruz, permite normalmente que o demónio tenha conhecimento dos favores que Ele dá, por meio do bom Anjo, a fim de que se lhes oponha, com todas as suas forças, dentro das proporções da justiça, e para que ele mesmo não possa alegar os seus direitos, sob pretexto de que se lhe não permite vencer a alma, como aliás o disse a Job" ( 5).
"Tais são os dados do problema da noite do espírito e as causas que a provocam. Essa noite é um confronto, ou melhor, um verdadeiro combate, organizado pela Sabedoria do Amor que não quer estabelecer o Seu Reino perfeito na alma, senão depois de ter convertido a sua inaptidão ou incapacidade do divino e vencido todos os poderes do mal que têm ainda algum poder sobre ela" ( 6).
Se faço estas citações, é apenas para que o leitor com-preenda melhor o motivo pelo qual Deus permite a Satanás a sua intervenção.
Precisamente depois do delicioso dia que vivi com o nosso Pai do Céu, toda a fúria do inferno se desencadeou contra mim. Satanás atacou-me do modo mais feroz. A primeira coisa que eu ouvi dele soava, mais como o grunhido de um animal feroz do que como uma voz humana. Este grunhido parecia dizer: "Vai-te!" ( 7). Pensei que este "vai-te!" significava que eu deveria acabar com as minhas comunicações com o meu Anjo e com Deus. Inteiramente perturbada, virei-me para todos os lados, à procura do meu Anjo; mas Satanás parecia ter ocupado todos os lugares e, com um grande ódio, começou a dirigir-me toda a espécie de injúrias. Isto produziu, na minha alma, uma tal angústia e um tão grande terror, que eu julgo que teria morrido, se Deus não tivesse já feito um plano para mim. Eu jamais tinha assistido a uma tal fúria. Intimei-lhe que partisse, mas isso pareceu redobrar-lhe o seu furor. Parecia louco de fúria. Escumando de raiva e como fora de si, bramia e disse-me, com uma voz roufenha: "Ah! Tira- tetdaqui, p. ..., tira-te daqui, senão, será o próprio fogo do inferno que se encarregará de fazer o resto!". Eu própria me ouvi a mim mesma dizer-lhe: "Não!". Por este "não", eu queria dizer que não deixaria a Presença de Deus nem a do meu Anjo. Ele respondeu, imediatamente, que eu era maldita e que ele continuaria a dirigir-me toda a espécie de reles insultos.
É difícil descrever a angústia que o demónio pode causar na alma. O fenómeno produzido é tal que, ainda quando a vossa lógica vos diga que não estais loucos, não conseguireis controlar-vos. Esta angústia vinha por uma espécie de vagas, como se o próprio Satanás não bastasse e tivesse enviado ainda outros demónios, para me atacar. Quando passavam ao ataque, algo de espantoso se produzia em mim, que nada tem a ver com qualquer outro medo exterior. Era uma sensação que eu mesma era inteiramente incapaz de repelir.
Nesses momentos terríveis, momentos a por vezes me fazerem crer que tinha perdido a razão, o meu pobre Anjo da Guarda apenas me podia dizer uma palavra: "Reza!". Eu rezava e suplicava ao meu Anjo que me ajudasse a sair dessa experiência, porque ela parecia ter de durar sempre.
Antes de abordar este parágrafo, desejaria citar o que escreve o Padre Marie Eugène, a respeito dos ataques diabólicos, no seu livro "Je veux voir Dieu - (Je suis fille de l'Eglise" - "Eu quero ver Deus - "Eu sou filha da Igreja)" (1):
"A vantagem do encontro divino e humano, entre a pureza de Deus e a impureza da alma, é demasiado importante para que o demónio nele não intervenha, com todo o poder de que dispõe. Pouco tempo depois de a alma ser purificada pela noite do espírito ficará à disposição das suas ciladas e ele será terrível. O demónio servir-se-á das vantagens que ainda tem sobre ela, devido às suas imperfeições e aos seus apegos ao sensível. São João da Cruz, nota, com efeito, que: "o demónio se coloca, com toda a sua perfídia, na passagem entre os sentidos e o espírito" " (2).
"A escuridão dessas regiões, o desapontamento da alma, verdadeiramente desconcertada pela novidade das suas experiências e pela intensidade do seu sofrimento, criam condições particularmente favoráveis às intervenções do príncipe das trevas e da mentira" (3).
"Por certos indícios exteriores de calma e de profundo silêncio nos sentidos, o demónio consegue facilmente descobrir as comunicações divinas que a alma recebe no espírito" (4).
"Deus, afirma São João da Cruz, permite normalmente que o demónio tenha conhecimento dos favores que Ele dá, por meio do bom Anjo, a fim de que se lhes oponha, com todas as suas forças, dentro das proporções da justiça, e para que ele mesmo não possa alegar os seus direitos, sob pretexto de que se lhe não permite vencer a alma, como aliás o disse a Job" (5).
"Tais são os dados do problema da noite do espírito e as causas que a provocam. Essa noite é um confronto, ou melhor, um verdadeiro combate, organizado pela Sabedoria do Amor que não quer estabelecer o Seu Reino perfeito na alma, senão depois de ter convertido a sua inaptidão ou incapacidade do divino e vencido todos os poderes do mal que têm ainda algum poder sobre ela" (6).
Se faço estas citações, é apenas para que o leitor com-preenda melhor o motivo pelo qual Deus permite a Satanás a sua intervenção.
Precisamente depois do delicioso dia que vivi com o nosso Pai do Céu, toda a fúria do inferno se desencadeou contra mim. Satanás atacou-me do modo mais feroz. A primeira coisa que eu ouvi dele soava, mais como o grunhido de um animal feroz do que como uma voz humana. Este grunhido parecia dizer: "Vai-te!" (7). Pensei que este "vai-te!" significava que eu deveria acabar com as minhas comunicações com o meu Anjo e com Deus. Inteiramente perturbada, virei-me para todos os lados, à procura do meu Anjo; mas Satanás parecia ter ocupado todos os lugares e, com um grande ódio, começou a dirigir-me toda a espécie de injúrias. Isto produziu, na minha alma, uma tal angústia e um tão grande terror, que eu julgo que teria morrido, se Deus não tivesse já feito um plano para mim. Eu jamais tinha assistido a uma tal fúria. Intimei-lhe que partisse, mas isso pareceu redobrar-lhe o seu furor. Parecia louco de fúria. Escumando de raiva e como fora de si, bramia e disse-me, com uma voz roufenha: "Ah! Tira-te daqui, p. ..., tira-te daqui, senão, será o próprio fogo do inferno que se encarregará de fazer o resto!". Eu própria me ouvi a mim mesma dizer-lhe: "Não!". Por este "não", eu queria dizer que não deixaria a Presença de Deus nem a do meu Anjo. Ele respondeu, imediatamente, que eu era maldita e que ele continuaria a dirigir-me toda a espécie de reles insultos.
É difícil descrever a angústia que o demónio pode causar na alma. O fenômeno produzido é tal que, ainda quando a vossa lógica vos diga que não estais loucos, não conseguireis controlar-vos. Esta angústia vinha por uma espécie de vagas, como se o próprio Satanás não bastasse e tivesse enviado ainda outros demónios, para me atacar. Quando passavam ao ataque, algo de espantoso se produzia em mim, que nada tem a ver com qualquer outro medo exterior. Era uma sensação que eu mesma era inteiramente incapaz de repelir.
Nesses momentos terríveis, momentos a por vezes me fazerem crer que tinha perdido a razão, o meu pobre Anjo da Guarda apenas me podia dizer uma palavra: "Reza!". Eu rezava e suplicava ao meu Anjo que me ajudasse a sair dessa experiência, porque ela parecia ter de durar sempre.
(1) Padre Marie-Eugène de l'Enfant-Jesus, O.C.D. "Je veuz voir Dieu", 1160 páginas, Ed. do Carmelo, 84210 Venasque, 1988; as citações dos escritos de São João da Cruz e de Santa Teresa d'Ávila são feitas segundo as traduções do P. Gregoire de Saint Joseph, Obras Completas, num só volume, Ed. du Seuil (n.d.t.f.).
(2) "Je veux voir Dieu" - pág. 761; Vive flamme, estr. III, pág. 1020.
(3) Op. cit., pág. 762.
(4) Op. cit., pág. 762.
(5) Op. cit., pág 99 e pág. 762; Jb 2, 4-6; Noite Escura, Liv II, cap. XXIII, pág. 658.
(6) Op. cit., pág. 762.
(7) Em inglês "Go!". |